Sunday, January 22, 2006

Porcos !

Ai vai o conto que dará origem a um video xplastic:

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X-Machina:

O gordo continuava lá.

Cadeiras sobre as mesas, cheiro de bebida, sapatos, restos de cigarros e pessoas, e uma mulher limpanho a sujeira que sobrou da diversão dos outros.

Alguém deve ter se divertido por ali há algumas horas, mas agora o que acontecia era “o velório da noite passada”, um momento de vácuo quando a humanidade sai de cena e entram os outros: os que limpam, os que fazem tudo parecer normal no dia segunte, aqueles sem os quais viveríamos numa vala de saliva e fezes.

Mas a moça não estava sozinha, sua companhia era um desses vermes que vivem no limbo, que estava ali rolando na lama da noite que chegava ao fim. Um porco importunando a mulher que limpava a sujeira dos que se divertiram.

Não era um desses porcos que se come em feriados santos, era uma versão daninha do animal, meio homem meio porco, um minotauro do pântano mais barato que ja se teve notícias. Meio homem, meio porco - com o que cada um tem de pior. Um verme de carne envenenada que não serve de comida nem para urubus.

E ao lado do porco um mulher bonita.

Sem dinheiro todos se aproximam na desgraça, e ela era uma desgraçada. Prefiro não imaginar a vida dela: o ex marido, os filhos, o pai, a mãe, as brigas nas ruas, as drogas, fugir da escola, o primeiro aborto... Enfim uma menina comum nas estatisticas das periferias de todo o mundo. Mas não vamos pensar nela como uma coitada, ainda que ela seja. O que importa é que ela estava sendo importunada por um porco. Eles se encontraram por uma coincidência infeliz, e o porco achou que poderia pagar pra trepar com ela, mas ela não estava à venda. Não aceitava a idéia e pronto, nada de elocubrações profundas sobre a exploração da mulher...ela não queria se prostituir, se quisesse o faria. Mas não queria.

O gordo afundou as mãos na bunda dela por baixo da saia. Ela gritou, e foi pro outro lado do bar; ele foi atrás. Ficaram assim até que ele jogou a menina no chão, e pulou sobre ela, ela sentiu que era o seu próprio fim. Nada poderia mudar seu destino, ninguem chegaria - a policia não existe numa hora dessas. Depois do que estava prestes a acontecer ele a mataria, e se ele não fosse piedoso o suficiente para matá-la ela tomaria essa atitude sozinha, estava cansada demais de tudo aquilo.

Quando o gordo e seu pinto - que era mais humano que suíno - se preparavam para rasgar a menina no meio surge um par de coturnos ao lado de um par de saltos altos. O cretino usou seu nariz de porco pra cheirar aqueles pés à sua frente e sentiu um pancada forte na cabeça, rolou pro lado e sentiu gosto de sangue na boca.

Eram duas mulheres. Entraram no bar pra beber alguma coisa mais forte que as 25 cervejas que tomaram através da noite, e acabaram encontrando um porco sobre uma garota linda. Diversão garantida.

Uma coronhada na cabeça e o porco rolou pro lado sentindo gosto de sangue na boca.

A garota de coturno levantou a garçonete do chão e colocou-a sentada numa cadeira próxima para assistir ao espetáculo, enquanto isso a garota de salto alto arrebentava a barriga do porco com corronhadas de uma espingarda SW 1922. A garota, sentada, assistiu às duas acabando com o porco como num espetàculo de rua.

Coronhadas e chutes, um olho furado com o salto XV, grunhidos atravessando a noite. Tudo isso durou aproximadamente 10 minutos. Até que a garrafa de vodca foi derrubada sobre o porco e o mesmo fósforo que acendeu um cigarro acabou com a festa.

Enquando o verme queimava no chão do bar a garota colocou suas salvadoras sentadas próximas ao palco, e improvisou uma dança, foi a cena final de um ritual de libertação, prazer sádico, luxúria e violência. No final as três foram juntas para algum lugar continuar a festa, e nunca mais nenhum porco foi visto pela redondeza.

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